domingo, 7 de setembro de 2008

Feira da Cuba

Txi minha mãe, que foi do melhorzinho. Não me divertia assim há... uma semana, mas de todas as feiras na Cuba (eu não gosto de dizer em Cuba)foi a mais divertida, sem dúvida.

Isto começa comigo a minha amiga de sempre, M, companheira das festas da Cuba de todos os anos. Por circunstâncias da vida, acabámos por ir as duas sozinhas... e a gente que não gosta nada de não ter ninguém para nos atrapalhar as voltas... começou logo bem...

Levei eu o carro porque no dia seguinte, tinha que ir trabalhar as 8:30h, logo estava fora de questão beber álcool. Só fui porque adoro as festas e aquilo nem se fazia sem mim.


Chegada à Feira

Eu-Estas espadas que dão luz são o máximo. Devíamos comprar para a festa. Se nos perdermos uma da outra é mais fácil encontrar...
Cara séria da M.
Eu- Estou a brincar... mas temos que ir ver os brinquedos, já sabes que adoro!


Os Brinquedos

Volta rápida pela feira, com paragem mais demorada na secção dos brinquedos. Adoro ver e mexer nos brinquedos. Fico espantada com a diversidade dos brinquedos de hoje em dia: câmaras de filmar com microfone, caixas registadoras, também com microfone, os tachinhos são muuuito à frente, os Pequenos Pónei são gigantes e agora têm chapéus e asas muito brilhantes, existem sets de ferramentas que bem podiam ser a mala de trabalho do Bob, o Construtor, e que se fazem as delícias de duas mulheres de 25 anos, farão desmaiar um rapazinho de 6 anos... tanta cor, tanto som...

Ficamos nostálgicas. Encontrámos o famoso careca com cabeça e membros de borracha e corpo de pano, daqueles que passados dois dias já não seguravam o pescoço.
- Eh, ainda existem Toninhos! Que fixe!- Digo eu histérica
_ Toninhos, não conheço.-
diz-me a M.
Eu- Não me digas que nunca tiveste um destes!?
M- Sim, mas não eram Toninhos e tinham o corpo em pano.
Eu- Este também. Eu chamava Toninho a todos os que tive, daí os Toninhos.
M-Ahhhhh!

Mais à frente:
Eu- Hi, estes baldes com esfregona são do nosso tempo!- eu, novamente histérica.
M- Pois é, eu tive um.
Eu- Eu também. Até a etiqueta é igual! Impressionante como nos põem a lavar o chão desde miúdas...
- Então, o que vão querer as meninas?- pergunta o dono da barraca?
- Nada, obrigada- respondo eu - estamos só a matar saudades. Bolas de sabão, aos anos que não faço. Devíamos comprar.
M- ´tá parva, para que vais tu comprar bolas de sabão?
Eu- Porque é giro e eu tenho saudades. Já cá venho.

No Canguru Show

Um bocado mais à frente, encontramos o famoso carrossel Cangurú Show.
Eu- ´bora dar uma volta.
M- ´tás parva?
Eu- Vamos sim, é uma vez na vida.
Insisti mais um bocadinho, démos mais uma voltinha e lá fomos para o cangurú.
"Vamos lá p'ra mais uma viagem. Já disse que não quero putos sozinhos. Tem que ir um adulto também. Tõ farto de dizereeee, uó,úó!"
E a nossa viagem baseou-se em gritos muito altos e nos seguintes pensamentos:
"AHHHHHHHHHHHHH, eu vou saltar daquiiiiiii!! AHHHHHHH f****-se, ca*****. Ai tão bom vai parar. Desculpa aí, tou a ir para cima de ti. Não me consigo agarrar. AHHHHHHHH, outra vez, Jesus, ai Jesus que lá vou eu, c'um catano, AHHHHHHHH, coisa da tia, f***, c'um ca*****, eu vou saltar daquiiiiiii, ai o meu braço,ai a minha perna, toma que já dei uma cabeçada do caraças, puto de cabeçadão..."
- E agora ao contárioooooo (ouve-se o som característico dos carrosséis)
"P**** que te pariu, f***-**, ahhhhhhhh, eu vou saltar daquei, quero sair."

Mais 30 segundo e saímos.

Eu- Estou a tremer.
M- Eu também.
Eu- F***-se!
M- C******!
Eu- Amiga M, que é que te dá orgasmos no ar, quem é? ah ah ah!
M- És tu!
EU- Há tanto tempo que não pulava desta maneira. Dói-me o braço, não o consigo esticar e cravei um puto de um cabeçadão naquela merda!
M- A mim doem- me os rins. E 'tou chei a de adrenalina.
Eu- Nã tô beim. Tô tonta!
M- Eu também. Preciso de acalmar.
Eu- Já não temos idade para estas coisas.
M- Oh não, não temos. Temos sim senhor... se senhores
Eu- Devíamos ter comprado as espadas, tinha sido melhor.
M- Pois devíamos... vou lá buscar mais uma para acalmar a adrenalina.
Eu- Cansa mais do que uma noite de sexo. Qual Red Bull, qual quê!

Beber líquido para acalmar a adrenalina e caminhar para a festa.

A Caminho da Festa

- Enquanto me lembrar desta sensação não ando mais no cangurú - digo eu.
M- É por isso que as feiras são de ano em ano, para não te lembrares .
Eu- Devíamos mesmo ter comprado as espadas. Estou tão tonta! Tenho que me sentar. Daqui a 10 anos, quando já não me lembrar desta experiência, já tenho 36 e já corro o risco de ter um ataque cardíaco no carrossel, daí que não vou andar mais na minha vida!
M- Para o ano já não te lembras. Estou tonta. Fui tão agitadinha, bem agitadinha.

Sentámos em frente ao tribunal para descansar. A adrenalina foi muita e os nossos corpos ressentem-se logo. Desgaste físico e energético. Sentadas no banco, tive a saída da noite:
Eu- Até senti o coração a bater-me no clitóris...
M- Hã?
Eu- A eles bate nos tomates, a nós no clitóris... foi de mais! Adorei!
M- Agora quando for daquelas coisas em que só apetece dizer: "Caíra-me os tomates ao chão", eu vou dizer: "Caíu-me o clitóris ao chão".
Eu- Mas foi fixe.
M- Foi pois.
Eu- Já me diverti bué e nem fomos à festa ainda. Não esquecer que hoje ainda vou dançar kizomba com um desconhecido giro. Tem é que ser giro!
M- Não me parece que passe kizomba na festa...
Eu- Não interessa, danço qualquer coisa. Tem é que ser giro!Estou tonta e não bebi nada. (sim, eu fui a conduzir)

(As duas) Meu amor eu estou tonto, mas não bebi nada, não bebi nada, não bebi nada"


A Festa

A festa... basicamente tinha muitos homens giros. Quando lá chegámos tinha pouca gente, de modo que deu para estarmos a falar do cangurú e de sexo mais um bocadinho e ver os baibes a entrar. Não via tanto homem giro junto. Jesus. À adrenalina junta-se-me hormonas pelo ar... estava calor, muita gente. Não posso negar que também havia muita mulher bonita, que as havia, sim senhor. Não estava num ambiente tão bom há imenso tempo.

Fizémos amigos e amigas à porta da casa de banho, ao pé dobar onde demorei uma hora a ser atendida, mas hoje percebo porquê. O rapazito demorou tanto tempo a atender-me porque é sempre agradável ter uma mulher linda por perto para deitar o olho... e conservou-me ali para se regalar durante uma hora. Não me irritei com ele porque sei o que é trabalhar atrás de um bar, com toda a gente a chamar-nos e a pedir tudo... mas quando saí do bar e fui ter com a M, que entretanto já tinha feito dois novos amigos, disse tantos palavrões (mais uns para juntar aos que já tinha dito na feira) e aliviei-me.

Acontecimentos giros nesta festa:
A banda que ía abrir, que por sinal tinha um baterista lindo de morrer, que nunca tínhamos visto. Comentário da M:
- Devem ser tipo Morangos com Açúcar...
Nisto um rapaz olha para ela muito ofendido.
M- O rapaz ficou amuado. Deve ser amigo da banda...
Palavras não eram ditas, o rapaz sobe para o palco... era o vocalista.
M- Temos que lhe pedir desculpa.
Eu- Sim, quando acabarem o concerto. Aproveitamos e conhecemos o baterista...
M- Mai nada!
Até gostámos da banda. Covers conhecidos, primeira actuação, nada mal, tirando o som, mas a culpa não é deles.

À entrada da casa de banho, a minha M põe toda a gente a rir quando diz: "Aquela pequenita pisou-me com todas as energias que tinha. É piquinina mas faz mossa. Porra! Ca*****,f***-se, ca*****, F***-se, ca*****, f***-se, f***-se!"
Eu- Diz isso as vezes que forem necessárias para te passar a dor.
M- Então só vou dizer isto até amanhã de manhã.

Neste mesmo cenário, conhecemos um rapazinho muito giro, da geração anterior à nossa. Mas muito giro na mesma...que lábios!

E ainda havia outro, bem giro, o da camisa. E o tal que era um puto e cresceu, e ainda o outro que é grande mas é puto, e muitos, muitos mais.

Ao sair da wc, apertada entre a ombreira da porta, a esforçar-me para sair, há uma inteligência masculina que me pergunta:
- Vai sair?
- Não, não vê que estou mesmo em posição de quem vai entrar?!
Idiota!!!
O típico gajo parvo que se quer meter connosco mas não sabe como... enfim, adiante.

Fui beber ao tal bar, onde demorei uma hora a ser atendida e onde encontrei também o meu amigo enfermeiro, moço dos meus tempos de universidade, que só encontro nos dois acontecimentos importantes destas paragens: Ovibeja e Feira da Cuba.

O Balanço da Noite

O triste disto foi ter que ter saído quando a festa estava a ficar mesmo boa, mas o pessoal que trabalha aos Domingos às 8:30h da manhã não se pode dar a certos luxos. Senti-me como uma criança que deixa cair o gelado no chão. Mas para o ano há mais e não me apanham a trabalhar no dia seguinte de manhã. Isso garanto eu!

Foi uma noite muito divertida, com adrenalina, riso, pessoas giras e um ambiente agradável. Uma boa noite para recordar daqui a um ano.

Amigos da organização da festa, lamento informar, mas fazer-nos perder meia hora na fila da casa de banho e mais uma hora à espera de sermos atendidas no bar, não está com nada, porque com insto perdemos metade da festa. Para o ano repensem o espaço, por favor!

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